O desmatamento em Goiás apresentou uma queda de 48,8% no período entre 1º de agosto de 2023 e 31 de julho de 2024, em comparação com o mesmo intervalo do ano anterior (2022/2023). Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o maior índice de redução percentual desde o início da série histórica, em 2001.
Em termos absolutos, a área desmatada em Goiás foi de 411,9 km² no período mais recente, uma diminuição significativa em relação aos 804,3 km² registrados em 2022/2023. As informações são do Prodes, um sistema do Inpe que monitora o desmatamento com base em imagens de satélite e apresenta balanços anuais.
Em comparação com outros estados do Brasil, Goiás teve a terceira maior redução percentual de desmatamento no bioma Cerrado, ficando atrás apenas do Distrito Federal (-72,2%) e da Bahia (-63,3%). Os estados que seguiram Goiás foram Mato Grosso (-29,5%), Minas Gerais (-27,6%) e Mato Grosso do Sul (-22,2%). Por outro lado, entre os estados que registraram aumento no desmatamento, destacam-se São Paulo (+112,8%), Paraná (+33,3%) e Pará (+14,2%).
Melhor resultado histórico
Em termos absolutos, a área desmatada em Goiás no último período é a menor registrada desde 2001. O recorde anterior de redução de desmatamento havia sido em 2019, quando foram derrubados pouco mais de 668 km² de vegetação. Outros anos com números baixos foram 2016 (671,7 km²), 2020 (733,6 km²) e 2018 (742,5 km²).
Estratégia de combate ao desmatamento
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, atribui essa queda no desmatamento a uma estratégia abrangente que vai além da fiscalização. Segundo ela, o governo tem investido em monitoramento por satélite e fortalecido as equipes de campo. “Em 2023, o governador Ronaldo Caiado deu posse a 100 novos servidores para a Semad, o que tem reforçado a fiscalização. Mas não se trata apenas de fiscalização. Estabelecemos uma comunicação mais eficaz com o setor produtivo, criamos novos programas e melhoramos significativamente a eficiência dos nossos serviços”, explicou a secretária.
Vulcanis também destacou que a tramitação de pedidos de licenciamento ambiental foi agilizada, reduzindo o tempo de espera de três a quatro anos para apenas 45 dias. Isso, segundo ela, incentivou os proprietários de terra a se regularizarem. Além disso, ela acredita que os números de desmatamento continuarão a cair com a implementação de programas como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e o Sistema de Reposição Florestal (Reflor), ambos recém-criados pelo governo estadual.