O Governador Ronaldo Caiado (União Brasil) voltou a criticar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública apresentada pelo governo Lula. Em sua avaliação, o foco da proposta tem se desviado para questões controversas, como o uso de câmeras pelos policiais, criando uma distração que acaba encobrindo a falta de ação efetiva do governo federal no combate ao crime organizado. Em entrevista à CNN, nesta segunda-feira (4/11), Caiado afirmou que a PEC é uma forma do governo “lavar as mãos” e demonstrar preguiça em enfrentar o crime: “É um governo preguiçoso, que não quer enfrentar o crime”, disse.
O governador também questionou a atuação de Lula após dois anos de mandato, apontando que áreas críticas como o controle de fronteiras e o combate ao contrabando ainda não têm sido devidamente abordadas. “Não tem compromisso, é só discurso. Não há prática para combater as facções criminosas”, criticou. Segundo Caiado, uma medida mais eficaz por parte da União seria o compartilhamento de dados financeiros do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o que contribuiria para o combate ao crime.
Em sua análise, Caiado destacou que, em Goiás, já existem ações concretas de cooperação com as forças de segurança federais que têm dado resultados positivos. Ele mencionou o acordo de governadores do Centro-Oeste, que permite aos agentes de segurança atravessar fronteiras estaduais para seguir suspeitos durante perseguições, sem restrições. “Não tem limite de fronteiras”, explicou, destacando que a integração entre os estados tem gerado avanços na segurança pública.
O governador também se posicionou sobre a PEC da Segurança, afirmando que, como conhecedor do funcionamento do Congresso Nacional, não vê chances de aprovação de uma emenda que retire prerrogativas dos estados. Ele afirmou que é improvável que senadores ou deputados votem favoravelmente a uma medida que limita a autonomia estadual, uma vez que a União já demonstrou sua incapacidade de lidar adequadamente com a segurança pública. Caiado se referiu à proposta apresentada por Lula aos governadores na última quinta-feira (31/10), em Brasília, e considerou que não há justificativa para esse tipo de reforma.